sábado, 3 de setembro de 2016

O "mas" e os discípulos

O discípulo aplicado assevera:

- De mim mesmo, nada possuo de bom, "mas" Jesus me suprirá de recursos, segundo as minhas necessidades.

- Não disponho de perfeito conhecimento do caminho, "mas" Jesus me conduzirá.

O aprendiz preguiçoso declara:

- Não descreio da bondade de Jesus, "mas" não tenho forças para o trabalho cristão.

- Sei que o caminho permanece em Jesus, "mas" o mundo não me permite segui-lo.

O primeiro galga a montanha da decisão. Identifica as próprias fraquezas; entretanto, confia no divino Amigo e delibera viver-lhe as lições;

O segundo estima o descanso no vale fundo da experiência inferior. Reconhece as graças que o Mestre lhe conferiu; todavia, prefere furtar-se a elas.

O primeiro fixou a mente na Luz divina e segue adiante. O segundo parou o pensamento nas próprias limitações.

O "mas" é a conjunção que, nos processos verbalistas, habitualmente nos define a posição íntima perante o Evangelho. Colocada à frente do santo Nome, exprime-nos a firmeza e a confiança, a fé e o valor; contudo, localizada depois dele, situa-nos a indecisão e a ociosidade, a impermeabilidade e a indiferença.

Três letras apenas denuncia-nos o rumo.

- Assim recomendam meus princípios, "mas" Jesus pede outra coisa.

- Assim aconselha Jesus, "mas" não posso fazê-lo.

Por meio de uma palavra pequena e simples, fazemos a profissão de fé ou a confissão de ineficiência.

Lembremo-nos de que Paulo de Tarso, não obstante apedrejado e perseguido, conseguiu afirmar, vitorioso, aos filipenses: "Tudo poso naquele que me fortalece."

Pão Nosso - Francisco Cândido Xavier.

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